Se você tá entrando agora no mundo da F1, esse aqui é o manual que você estava procurando. Nesse primeiro capítulo, vamos só com o que é essencial pra entender um Grande Prêmio.
Sexta: dia de Treinos Livres

O primeiro dia é o mais tranquilo: nada está em jogo. Temos dois Treinos Livres – ou free practice, mas por aqui a gente já é íntimo e chama de TL, mesmo – que servem como um reconhecimento de pista.
Neles, os pilotos se acostumam com as condições do asfalto, os engenheiros da equipe analisam como o carro está se comportando e os mecânicos trabalham duro para fazer os ajustes.
Em um fim de semana comum, temos três TL, sendo dois na sexta e um no sábado de manhã. É obrigatório que os pilotos andem em pelo menos um deles se quiserem competir no Grande Prêmio.
Sábado: dia de Classificatório

O sábado começa com um terceiro e último TL e a garagem trabalha a todo vapor. É a última chance de ajustar tudo.
Mais à tarde, damos início ao Treino Classificatório, do inglês qualifying – mas como eu disse, já estamos íntimos. Pra gente, é a Qualy. Ela é dividida em três sessões, e aqui eu preciso que você respire fundo e mantenha a calma. É menos complexa do que parece.
A Qualy serve para definir a ordem de largada da corrida do domingo. A cada fase (a gente chama de Q), os pilotos saem para tentar dar uma volta na pista no menor tempo possível. Pra avançar para a próxima, não pode ficar entre os cinco mais lentos.
Q1: Primeira sessão

Dura 18 minutos e todos os vinte pilotos participam.
Os que conseguem ficar entre os quinze primeiros até o relógio zerar vão para o Q2 – os cinco últimos, não, e perdem a chance de melhorar sua posição na largada da corrida.
Por exemplo:
Charles Leclerc terminou o Q1 com o 13º melhor tempo. Portanto, Charles vai para o Q2 e pode tentar melhorar essa posição.
Kevin Magnussen, por outro lado, termina o Q1 com o 17º melhor tempo e, por isso, está entre os cinco últimos. Kevin, agora, vai guardar o carro na garagem e largar na décima sétima posição no domingo. Entendeu?
Q2: Segunda sessão
Quando começa a contar o tempo do Q2 (15 minutos), todas as voltas da sessão são desconsideradas. Os quinze competem de igual para igual.
Segue exatamente o mesmo princípio do Q1: os cinco piores não avançam e perdem a chance de melhorar sua colocação na largada.
Por desencargo, vamos ao exemplo:
Charles Leclerc não conseguiu marcar tempo nenhum no Q2 e, por isso, ficou em 15º. Aquele 13º da sessão anterior já não vale de mais nada e, por estar entre os cinco piores, Charles larga na décima quinta posição no domingo.
Lando Norris, por outro lado, terminou o Q2 em 7º. Por estar entre os dez melhores, ele avança para o Q3 e pode melhorar ainda mais essa posição.
Q3: Terceira e última sessão
O Q3 tem a duração de 12 minutos e crava a ordem do Top 10. Como ocorreu anteriormente, as voltas do Q2 são desconsideradas. Quanto mais rápida a volta de um piloto no Q3, mais à frente ele larga.

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O objetivo de todo mundo é a primeira posição, que a gente chama de Pole Position, e quem conseguir leva pra casa um pneuzinho da Pirelli autografado por uma celebridade local. Uma gracinha.
Como ler os gráficos da Qualy:
Domingo: é dia de corrida!

Aqui é sebo nas canelas, meu bem: é onde moram todos os pontos disponíveis em um fim de semana comum.
A corrida segue o modelo mais intuitivo que você pode imaginar. Os pilotos largam nas posições conquistadas na Qualy e tentam chegar na melhor colocação possível. Além disso, os três primeiros vão ao pódio e todos nós ouvimos os hinos do país de origem do piloto vencedor e da equipe dele.
Sistema de pontuação:
P1 | P2 | P3 | P4 | P5 | P6 | P7 | P8 | P9 | P10 |
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25 | 18 | 15 | 12 | 10 | 8 | 6 | 4 | 2 | 1 |
Além disso, a volta mais rápida da corrida vale um ponto extra se o piloto estiver no Top 10.
Pronto. Em essência, é isso. Nenhum bicho de sete cabeças, não?
Claro que entram algumas variáveis no meio dessa simplicidade, como alguns gráficos e punições, mas está tudo explicado nos posts da Área do Novato. E antes que eu me esqueça: seja muito bem-vindo à Fórmula 1.