Confesso que essa é uma das minhas partes favoritas do automobilismo, e não é tão complicada quanto parece, prometo.
Reprodução: f1-gate
Os pneus atendem às condições da pista. Ponto. E a Pirelli sabe que cada circuito tem suas particularidades – por isso que eles definem uma gama de pneus específica pra cada um. Me acompanha aqui que eu explico a lógica deles nessa decisão (e não, não é definido por sorteio).
Existem 5 tipos de pneus, e a ideia geral é de que quanto mais velocidade um composto dá ao carro, menos tempo dura e, por isso, é preciso ser trocado em menos tempo. Os compostos são classificados assim:
— + performance, + macio —->
C1 C2 C3 C4 C5
<— + durabilidade, + duro ——
Por exemplo, uma das primeiras corridas que a gente tem na temporada é a do Bahrein – no meio do deserto, ou seja: a temperatura dela é bem alta, então a borracha do pneu desgasta mais rápido. É preciso ser mais resiste, portanto os compostos escolhidos são C1, C2, C3. Mais duros, mais resistentes. Entendeu?
A Pirelli sempre escolhe 3 desses 5 pneus slick (pra pista seca) pra cada GP. eles são identificados por:
- Vermelho (macio): + macio, + rápido, – tempo
- Amarelo (médio): médio nos três quesitos
- Branco (duro): + duro, + “lento”, + tempo
Tem, também, os de chuva:
- Verde (intermediário): serve para aquele chove-não-molha. Drena (joga pra trás) cerca de 30 litros por segundo.
- Azul (molhado): a gente chama carinhosamente de “biscoito”, e é pra quando a chuva está brava. Drena até 85 litros por segundo.
Essa drenagem gera o spray que atrapalha (muito) a visibilidade do piloto de trás, e por isso, muitas vezes, a corrida é suspensa em caso de uma chuva muito forte. Geralmente, quando colocam o pneu azul, já pode se preparar para a bandeira vermelha – que, aliás, é o tema do nosso próximo capítulo.
Nos vemos lá.